sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Precipício



Eu estava na beira do precipício. Havia apenas um passo entre mim e a morte. Comecei a pensar se o passo que eu deveria dar seria para trás ou para frente. Por que continuar? Eu já cheguei até aqui, não vai ser agora que eu vou desistir. Mas será que valeria a pena jogar tudo para o alto? Pelo menos eu morreria experimentando a sensação de voar. Mas de repente eu sinto algo vibrando no bolso da calça. Recebi uma mensagem. Era ele. Como se sentisse que eu estava muito perto de chegar aos céus. “Não se esqueça que eu estarei sempre com você”. Ah, agora sim quero me jogar da ponte! Já perdi a conta de quantas vezes essas inúteis palavras foram ditas para mim. No entanto, nunca se concretizaram. Se é “para sempre”, porque você não esta aqui agora? Na hora que eu mais preciso. Respirei fundo. Eu estava decidida. Quem sabe lá no céu eu encontro um anjo para me guiar. Levantei o pé direito. Uma onda de adrenalina assumiu rapidamente as minhas veias, me deixando com muito medo. Era a coisa certa a se fazer? Tudo bem, vamos lá, é só fechar os olhos. Respirei fundo novamente, apreciei o silêncio que fazia naquela manhã. Ouvi um grito, uma voz familiar. Não olhei para trás. Nada podia estragar a minha concentração. O som foi se aproximando até chegar bem perto dos meus ouvidos. Pude sentir o calor das palavras entrando pelo meu tímpano. Uma mão forte e agressiva me agarrou pelo braço, e me puxou para longe da ponte. “Eu falei que eu estaria sempre com você’’ ele disse, me salvando mais uma vez do meu fim.

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